Aproveitando esse clima de corrida que só um GP Brasil em Interlagos pode proporcionar, voltemos um pouco no passado para falarmos da pessoa que começou toda essa loucura por velocidade, que fomentou gerações brasileiras vitoriosas nas décadas seguintes, que ascendeu essa paixão por gasolina que todo brasuca tem no sangue: Emerson Fittipaldi, senhoras e senhores! Tendo ido à Europa com apenas 22 anos e vencido a Fórmula 3 Britânica logo em sua estreia, em 1969, o brasileiro já demonstrava um impressionante talento atrás do volante para um piloto considerado, na época, extremamente jovem.
Ganhando toda corrida a que tinha direito, Fittipaldi chamava cada vez mais a atenção da mídia e, claro, de um sujeito que era conhecido por apadrinhar futuros grandes campeões - Colin Chapman, fundador e chefe do Team Lotus. Um dia, Emerson se viu com mais um contrato assinado para o ano seguinte, mas, dessa vez, na Fórmula 1.
Estreando a bordo de um Lotus 72 no Grande Prêmio da Grã-Bretanha de 1970, em Brands Hatch, Emmo demonstrava ao mundo o por quê um brasileiro de 23 anos de classe média marcava presença no grid da categoria máxima do automobilismo. No fim daquele ano, Emerson triunfava na sua primeira vitória, no GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen, e de quebra, garantia o título ao seu recém falecido companheiro de equipe Jochen Rindt, que morrera em um acidente em Monza um mês antes, liderando o campeonato - sendo esse o único campeão póstumo da história da F1.
Andando constantemente no pelotão da frente e marcando pódios com frequência, Emerson se via em condição de disputar um título, tendo a chance vindo em 72. Com uma sólida campanha de cinco vitórias contra o rival Jackie Stewart, da Tyrrell, Fittipaldi se consagrava o campeão mundial mais jovem da história da Fórmula 1 - pela primeira vez, um brasileiro conquistava um título, em um esporte dominado por britânicos. O que viria pela frente seria só consequência deste feito: em 74, já de mudança para a McLaren, Emmo conquista o bicampeonato, derrotando o suíço Clay Regazzoni, da Ferrari. Em 76, criaria a sua própria equipe em parceria com o seu irmão, Wilsinho Fittipaldi Jr., a Copersucar Fittipaldi, sendo essa a única equipe brasileira em toda a história da categoria. Emerson penduraria as luvas alguns anos depois, em 1980, com seu último pódio, em Long Beach, corrida essa que marcava a primeira vitória de um dos seus mais talentosos pupilos, um tal Nelson Piquet, que fazia a sua segunda temporada completa na Brabham.
Seja pela importância histórica para o automobilismo brasileiro, pelo talento precoce e incomparável dentro de um carro de corrida ou pela canção que o beatle George Harrison fez em sua homenagem, Emerson Fittipaldi, o nosso querido Emmo, é um dos grandes ícones que essa Fórmula 1, durante todos esse anos, pode nos proporcionar, e é o nosso personagem da semana.
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